sexta-feira, 3 de abril de 2015

Aqui há fabrico próprio!

Metálico 
Constante e producente.
Peito para fora, barriga para dentro, barba aparada,
Mas não exageradamente 
E só o suficiente 
Para se perceberem os contornos da cara
Feitos pelo pêlo e não pela linha maxilar,
Facilmente confundida com o momento de quebrar a prosa e partir o verso. Deslocar a mandíbula...para quando?
Fazer poema, porque tem de ser!
Mas então, peito para fora, máquina producente 
E os versos a alargar, a fazer mover roldanas, 
Preenchidas por atacadores, a esticar a liberdade das articulações, cada vez mais livres até se deslocarem em dor. Livres na liberdade de sofrer a dor da obrigação.
Ah! Estava em vias de reproduzir. 
Peito para fora, ombros para trás, costas largas, cauda em leque, 
Movimentos aleatórios com a câmara focada no movimento 
Impaciente, rotativo e diagonal
Das rodas das camas do meu hospital
No qual, 
Por muito mais que se progrida
Filma-se sempre tudo a preto e branco 
Com lascas de tinta velha.
Que não nos percamos na linha de montagem.
A reprodução do "sério": peito para fora, centenas de olhos na ponta de centenas de penas alinhadas, como já disse, em leque!
Um espécime exemplar
Para uma companheira mal executada.
E estava eu a tentar reproduzir os acontecimentos.
Nunca se suspeitou que eu fosse humano.

Diogo Baião 3/4/2015



quinta-feira, 2 de abril de 2015

William's Admission

God reaps a harvest of tombstones
engraved with thoroughly assembled sentences
Words long invented
carefully placed in an order that makes sense
Not for the ones who’re dead
but for the ones who read

It is imperative to stop giving meaning to the lives of others
Sentences as a product of trade?
They should only remain with those who assembled them

for self consumption

Simões Baião