Constante e producente.
Peito para fora, barriga para dentro, barba aparada,
Mas não exageradamente
E só o suficiente
Para se perceberem os contornos da cara
Feitos pelo pêlo e não pela linha maxilar,
Facilmente confundida com o momento de quebrar a prosa e partir o verso. Deslocar a mandíbula...para quando?
Fazer poema, porque tem de ser!
Mas então, peito para fora, máquina producente
E os versos a alargar, a fazer mover roldanas,
Preenchidas por atacadores, a esticar a liberdade das articulações, cada vez mais livres até se deslocarem em dor. Livres na liberdade de sofrer a dor da obrigação.
Ah! Estava em vias de reproduzir.
Peito para fora, ombros para trás, costas largas, cauda em leque,
Movimentos aleatórios com a câmara focada no movimento
Impaciente, rotativo e diagonal
Das rodas das camas do meu hospital
No qual,
Por muito mais que se progrida
Filma-se sempre tudo a preto e branco
Com lascas de tinta velha.
Que não nos percamos na linha de montagem.
A reprodução do "sério": peito para fora, centenas de olhos na ponta de centenas de penas alinhadas, como já disse, em leque!
Um espécime exemplar
Para uma companheira mal executada.
E estava eu a tentar reproduzir os acontecimentos.
Nunca se suspeitou que eu fosse humano.
Diogo Baião 3/4/2015
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